26 julho 2005

A Pesca do Atum nas Armações de Tavira

Com vista a preservar a memória de uma actividade que foi fundamental no Algarve do século XX e homenagear o “pessoal que trabalhou nas quatro armações de Tavira”, Fausto Costa escreveu «A Pesca do Atum nas Armações da Costa Algarvia». Este trabalho aborda a vida e costumes dos pescadores da pesca do atum, nomeadamente nas armações de Tavira (Abóbora, Barril, Livramento e Medo das Cascas), assim como de um enquadramento histórico desde a antiguidade até ao fim das armações, nos anos sessenta do século XX. O estudo, em que o principal sujeito é o atum, foi motivado, segundo o autor, por “sentir profundamente o desaparecimento destas artes” e como salienta, no final, para “melhor lembrar aquela vida no arraial, a alegria dos copejos, a algazarra da distribuição do peixe, enfim o pulsar da armação”. A obra está dividida em três partes. Na primeira, que caracteriza o atum, tratam-se as várias espécies, aspectos da vida dos atuns (características biológicas, influência do meio ambiente e as movimentações migratórias) e o papel do atum no regime alimentar. Uma segunda parte do livro contém notas históricas, desde a antiguidade até ao colapso das armações, onde se expõem várias interrogações sobre as principais causas do seu desaparecimento. Depois desta fase preliminar, a parte final do livro é dedicada às “Armações da Costa de Tavira” e nela se aborda, em diferentes capítulos, o arraial (vida local, companha, preparação da armação e matrícula), a armação (a deita e a estrutura), a actividade piscatória (em terra e no mar), a pesca (as movimentações do atum e o copejo), a leva e os trabalhos finais.
Num misto de História e Estudo Antropológico, este trabalho inclui descrições técnicas, que ajudam a compreender a complexidade da pesca do atum e a dureza da vida dos pescadores.
Com o auxílio de esquemas, figuras e fotografias (infelizmente algumas não são da melhor qualidade, como o autor reconhece e lamenta na sua nota prévia), são apresentadas as estruturas das armações. Mostram-se exemplos da organização do pessoal, os diversos tipos de embarcações (rebocador, barcas, calões, lanchas, canoas, botes), posicionamento dos barcos e materiais utilizados (ferros, cabos, redes).
Justificando o antigo interesse dos povos pelos atuns, para capa do livro foi escolhida uma foto de um pormenor de mosaicos das ruínas de Milreu onde se podem ver peixes com semelhanças com atuns.
Num total de 191 páginas editadas pela «Editorial Bizâncio» e com apoio da Secretaria de Estado das Pescas, Governo Civil de Faro, Câmara Municipal de Tavira, Comissão de Coordenação da Região do Algarve e Clube Náutico de Tavira, esta obra serve de grande recordação para os tavirenses.

3 Comments:

At 4:57 da tarde, Blogger Víctor Manuel Pizarro / Ciudad-dormida said...

Caro amigo,
¿Cómo podría obtener ese libro?

Muito obrigado

vpizarroj@hotmail.com

 
At 10:48 da tarde, Blogger blog mestrado said...

Pode comprar on-line em:
http://www.editorial-bizancio.pt/coleccoes.php?col=5&id=82
António

 
At 2:13 da tarde, Blogger Tomás e Zé said...

tá boa mas podia ser melhor

 

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